terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Por onde ana


Perguntaram-me por ana, até queria ter respondido, entretanto, não sei por onde ana.
Quase o mundo todo passa por mim, gente fala de amor, de filosofias e eu...eu não sei de ana.

Os livros acumulados, as músicas paradas e ana não aparece.  Acho que foi embora, acho que foi morar em outra, só me restou a saudade com gosto de sabão.

Infeliz cidade sem ana, sem aqueles gestos, sem a brutalidade com que sua meiguice entrava em mim. Ana levou meu melhor, sugou cada gota e enquanto não voltar, e se não voltar, sou mais uma na metrópole: pinguim.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Minha falta de palavras é saudade


Ontem eu tentei e foi tão difícil me lembrar das palavras de Ana, do jeito em que elas encarrilhavam e iam embora.
Procurei aqueles gominhos que desciam goela abaixo sem deixar a sensação travada de fruta verde. Ao contrario, todo aquele vocabulário de Ana era envolto em melaço.
Contudo, Ana está a tanto tempo longe que perdi o jeito de esperá-la passar na rua, de deixar o cheiro de romã-menta-manga entrar pela  janela e me levar pra fora dali...tão perto de Ana. Agora nem sei mais desses cheiros, só sei fumaça.
Ana não quer mais ser pra mim.
E hoje é assim: trivialidade
Minha falta de palavras é saudade.

A menina da roda e flauta


A menina da roda e flauta, de saia azul listrada, entra na sala como se fosse um céu. Todo o vento que passa não é a moça, a moça fica, acalma, aquieta, encosta-me na cadeira.
A flauta da roda é só paisagem, só existe a menina de saia azul listrada.
Toda beleza é apenas uma renda.
Se pudesse rodar meu mundo na saia da menina ...

Empáfia

Nunca mais perdi de minha memória aquele sujeito sem fim: poucas palavras, sem sentido nenhum, mas ditas em um momento bom.
Realmente o sujeito não tem sentido, mas como é incontestavelmente impossível exprimir algum sentimento  em palavras, ele ficou em minha memória como alguma coisa boa e curiosa.
Eu não sei de onde veio esse encontro, mas todo vez que ela passeia dentro de meu dia, eu recordo o sujeito.
Não sei se é a voz doce, mas que estremece meu mais rígido músculo, não sei se é a incoerência de minha indiferença fingida, só sei que como um sujeito sem sentido e sem fim, minha vontade continua, mesmo com toda a certeza de que nunca ...nunca.
O leão me devora...