Ontem eu tentei e foi tão difícil me lembrar das palavras de
Ana, do jeito em que elas encarrilhavam e iam embora.
Procurei aqueles gominhos que desciam goela abaixo sem
deixar a sensação travada de fruta verde. Ao contrario, todo aquele vocabulário
de Ana era envolto em melaço.
Contudo, Ana está a tanto tempo longe que perdi o jeito de
esperá-la passar na rua, de deixar o cheiro de romã-menta-manga entrar pela janela e me levar pra fora dali...tão perto de
Ana. Agora nem sei mais desses cheiros, só sei fumaça.
Ana não quer mais ser
pra mim.
E hoje é assim: trivialidade
Minha falta de palavras é saudade.