terça-feira, 30 de abril de 2013

Lepus


    Seus olhos riem! Não por conta da contração natural em que o lábio aperta o resto do rosto e aparece protagonista, é um riso epifânico.
  Esse riso dança um balé perfeito com a timidez nublada que aparece em todos os outros risos de seu corpo.
  Vi e minhas palavras perseguiram estas reações, vasculharam meus pensamentos procurando uma fórmula que levasse aquele estágio a um ponto estável, onde não fosse apenas vestígio, onde não fosse apenas uma lebre e seu caçador, onde cada olhar seu fosse indiscutivelmente meu.
  Talvez seja a minha canalhice a responsável por esses detalhes, talvez a dança não tenha sido assim. Talvez você a ame, talvez seja iniquidade descobrir.


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