O galho na janela não me deixa dormir, o galho e suas folhas verdes. Aquele viço, aquela força batendo como quem falasse: olha pra mim, veja como sou.
Empurro, todas as noites, a cabeça com força no travesseiro, tento parar de respirar e acabar com a agonia, mas ele, alimentando-se de meu desespero, bate mais e mais forte na janela.
Não me magoa sua natureza, me diminui e irrita.
Não tenho raízes, não tenho sementes, só carne e um fraco tronco.
Nem mesmo arbusto, tão pouco arvore.
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