quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Maçã com canela


Coloquei um sache de chá numa xícara transparente, com água pela metade. Era tarde, muito silêncio pela casa, eu sentada na cabeceira da mesa, observava o sache soltar uma cor rosa e forte na água quentinha. Meu corpo pesava, anunciava uma gripe.
Fui para a janela e ascendi um cigarro, coisa normal durante as madrugadas. Mais cedo naquele mesmo dia alguns carros foram rebocados por estarem estacionados irregularmente. Lembrei desse fato e refleti sobre as vagas de estacionamento à frente de meu apartamento, nenhuma delas estava ocupada, bem diferente das manhãs.
Nas noites só alguns bêbados passam por aqui, só os carros em alta velocidade.
Terminei o cigarro e voltei para perto do chá. Meu vizinho saxofonista ainda arriscava umas notas desafiando a lei do silêncio.
Meu chá pronto e eu, agora sentada no sofá, misturava um pouco de mel a água rosa e a realidade com o sono e os sonho.
Adormeci sentada ali, não sei ao certo a hora que dormi, depois do terceiro gole de chá eu já não me lembro de nada. Acordei com as buzinas dos carros procurando vagas na porta do prédio e vi o sol rosa atravessando a xícara vazia na janela.

3 comentários:

everton disse...

Fui preso logo de cara,pois, gosto de chá - rrrss
Gostei e achei tocante.
Você tá muito sensível pra escrever, isso é muito bom.
Parabéns!!!!

Unknown disse...

esse texto parece comigo, a solidao, so que ao contrario de cha tomo cafe,, mas a solidao e a mesma... bjs

Unknown disse...

Penetrante e saborosa...