Lavei os cabelos e no ralo, além da espuma e suor, desceram algumas lembranças. Olhei o espelho e não imaginei meu passado se penteando enquanto eu tomava banho. Meus objetos dentro do box estavam desacompanhados e não parecia vazia a prateleira.
Sai, peguei minha toalha de solteira, escovei os dentes e no copo, acompanhando minha escova, estava uma azul, nova,diferente da vermelha que já passava da hora de ser trocada.
Sentei na pia , como em milhões de outras vezes, mas dessa vez foi só enquanto secava os cabelos.
No meu quarto o amontoado de pequenos objetos colecionados em varias visitas já estava reduzido. Preservei algumas coisas que eram importantes por si só, mas o resto morava em uma gaveta, longe dos meus olhos. Antes a desculpa para estarem na gaveta era necessidade de que eu não as visse, não relembrasse de coisas que deveriam ser enterradas, coisas que cortam quando não são mais vividas, quando não são mais nossa. Agora abro a gaveta sem medo, nada saltará para arrebentar meu peito, não olho com desprezo, olho com respeito, mas foi embora todo desespero.
Hoje peguei umas gravuras, prometi colocar em um quadro, prometi ser logo, mas eram apenas gravuras, igual aos pesos de papel, as estrelas, os chaveiros...
Esta tudo blasé, inclusive eu, em relação a estação passada. Não me importa se foi inverno ou verão, só importa agora e agora é primavera.
Sai, peguei minha toalha de solteira, escovei os dentes e no copo, acompanhando minha escova, estava uma azul, nova,diferente da vermelha que já passava da hora de ser trocada.
Sentei na pia , como em milhões de outras vezes, mas dessa vez foi só enquanto secava os cabelos.
No meu quarto o amontoado de pequenos objetos colecionados em varias visitas já estava reduzido. Preservei algumas coisas que eram importantes por si só, mas o resto morava em uma gaveta, longe dos meus olhos. Antes a desculpa para estarem na gaveta era necessidade de que eu não as visse, não relembrasse de coisas que deveriam ser enterradas, coisas que cortam quando não são mais vividas, quando não são mais nossa. Agora abro a gaveta sem medo, nada saltará para arrebentar meu peito, não olho com desprezo, olho com respeito, mas foi embora todo desespero.
Hoje peguei umas gravuras, prometi colocar em um quadro, prometi ser logo, mas eram apenas gravuras, igual aos pesos de papel, as estrelas, os chaveiros...
Esta tudo blasé, inclusive eu, em relação a estação passada. Não me importa se foi inverno ou verão, só importa agora e agora é primavera.