domingo, 11 de outubro de 2009

Flor

Escovou os dentes calmamente e silenciosamente, eu ainda dormia. Sentou na cama e disse que já ia, isso cortou meu coração.
Chegou às 11 da noite, disse que não me deixaria triste e sozinha, conversamos bobagens e bebemos a noite toda. Eu olhava deslumbrada toda a verdade que tinha em seus olhos. Era verdade mesmo, nada aquém disso.
Falou sobre o dia de trabalho, sobre as brigas em casa, sobre a vontade de me ver. Eu não merecia , não mesmo.
Às vezes eu pensava longe dali, pensava em outra coisa e era descoberta por uma mão no queixo e uma pergunta doce - Pensando em que, flor?
Eu dizia que "em nada", não seria justo dizer a verdade.
Lutávamos contra um sono traiçoeiro, sono que não permitia o final das palavras e fumávamos, fumamos as magoas, as incerteza, as curiosidades. Tentei fumar minha saudade, quis que ela se fosse com as cinzas, mas vinha como a fumaça, percorria o meu corpo por dentro e ficava em suspensão pela sala.
Dormiu durante um silêncio meu. Observei sua calma e quis que todos os seus sonhos se tornassem realidade, mas não pude, não podia, já tinha entregado a outro anjo minha felicidade.

3 comentários:

Unknown disse...

esse texto e um classico brasileiro, amo oque voce escreve,,,bjs bjs e muita forca

Lisi disse...

Texto bom,leve e cheio de sensibilidade...coisa rara entre os novos escritores!!
Avante!

everton disse...

Eu tenho que fumar algumas amarguras da alma -rrsss
Gostei do texto.
Parabéns!!!!