segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Lego


Guardo em mim coisas de criança, não com nostalgia, com calor . Não sou muito da criança que eu era, mas me lembro muito de coisas como “Banco imobiliário”, “pega-varetas” e o LEGO, meu brinquedo favorito... infelizmente, foi sumindo aos poucos e, hoje, já não tenho nenhuma peça. Acho que é isso que acontece com nossa infância, vai sumindo aos poucos. As primeiras peças são imperceptíveis e logo damos de cara com a impossibilidade de brincar: já não temos peças que encaixam... Nossa infância foi embora e só percebemos isso no final e achamos que foi num passe de mágica, entretanto não foi bem assim. Um dia deixamos de colecionar pedras; no outro, escolhemos as roupas e, numa sucessão de desistências, nossa infância se vai.

3 comentários:

Unknown disse...

simples objetivo e dolorido. acada texto seu uma surpresa gostosa te adoro minha escritora favorita...

Rockson Pessoa disse...

Certa vez li um texto brilhante e em determinado momento o autor questiona: QUEM ROUBOU MINHA INFÂNCIA?

Você respondeu! A infância não nos foi usurpada, apenas deixou de ser uma brincadeira interessante e naquele momento de correr alucinadamente pela vida, esquecemos essa fantasia em alguma esquina. Será que foi no pic esconde? Quem sabe, afinal as vezes a velha infância aparece, como exigindo que a gente volte a contar de 1 a 100...
A velha infância ficou guardada no baú de nós mesmos, na extrema necessidade de buscar o desconhecido e por consequência... Nos fazer desconhecido à nós mesmos

Carlos disse...

Gostei do seu texto, é um tanto poético. Só discordo um pouco da "impossibilidade de brincar". A vida pode ser uma brincadeira muito gostosa, depende de quem a vive..rs