quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Verão 2010


Hoje catei cada agulha, cada botão e linha. Terminei enterrando tudo no fundo de casa.
Coloquei cadeado, amarrei com correntes e cavei até encontrar as pedras. Tudo foi pra lá, cada fio da seda que já tinha se tornado um novelo empoeirado.
Eu ainda brincava com este novelo como um gato de rua, ainda batia esperando que ela voltasse em minha direção,mas cansei.
Tive pena de mim ao perceber que descendo as escadas, muitas vezes, eu entesourava meus passos tentando formar um modelo ideal, desenhava imaginando que tendíamos para uma mesma direção, mas a estação acabou.
Lá, junto com minha tentativa frustrada de estilo, enterrei os cartões, os livros , as músicas e o que me prendia a tudo isso.abandonei cada sentido, amarrei meus arrependimentos, meus pesares e ponderações. No fim das contas o que mais pesou no baú foram as traças.
Não foi triste jogar a última pá de terra, triste mesmo foi ver que enterrei somente papeis amarelados.

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