segunda-feira, 27 de setembro de 2010

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Morri, foi como um cometa, fechei os olhos e não existi mais. Minha geladeira vazia está aqui, meu copo cheio de cigarros, minha caligrafia...
Cansei de prédios, de azares, de remorso. Minha língua vazia, grudada no céu da boca, áspera, silenciosa, seca...nunca mais terei que calcular suas palavras.
Morri para qualquer mudança, qualquer tempo, morri de um jeito que me fez nunca existir.
Já me despi deste corpo amarrotado, que eu vivia empurrando por ai, fuzilei cada olhar para que ele não enxergasse mais nada, quebrei seu braços e pernas, surrei até que ele esquecesse qualquer passagem minha e fui.
Amanhã já não sou mais eu, este corpo já não precisa de cordialidades.

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