segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Carro de bois




Fiquei só , hoje foi meu dia de arrumar os papeis, ouvir Janis Joplin, jogar fora um monte de embalagens vazias e reencontrar uma pá de recordações. Meus amigos hoje tiveram que se contentar com a secretaria eletrônica, e o celular eu nem liguei.
Fui e voltei varias vezes por aquele caminho entre os sofás, a casa parecia apertada, mas é assim que eu quero, tudo meu bem juntinho, tudo que eu gosto bem aqui, preso e conservado em minha caixa.
Amanhã eu não sei, amanhã eu posso ser da rua, das salas de sinuca, dos shows, dos amigos de uma noite e dos velhos amigos. Hoje não, hoje eu quero minha solidão, meu desespero, minha vontade de sentar, meus cotovelos na mesa.
Hoje eu quero tudo meu familiar, velhas lembranças, como da primeira vez que vi um carro de bois.

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